quarta-feira, 30 de julho de 2008

O alto custo dos imóveis em Brasília

Terrenos escassos, legislação que limita o número de andares e de prédios, áreas com restrições para construções e a valorização pelo fato de ser a capital federal do país fizeram de Brasília uma das cidades mais caras para se comprar imóveis no Brasil. Mesmo sem o privilégio da vista para a baía da Guanabara ou longe de oferecer as facilidades do maior centro financeiro do país, os preços dos apartamentos no Plano Piloto e no Sudoeste estão em níveis semelhantes ao de bairros de classe média alta de Rio de Janeiro e São Paulo.
Como os terrenos são escassos, quem os possui é também dono de um poder de barganha fenomenal, mais ainda por estarem nas mãos de poucas empresas. A Terracap, única empresa que comercializa terrenos, não tem estoque nem no Plano Piloto nem no Sudoeste. E essa escassez encarece o preço dos imóveis usados e novos. Outro fator que determina o preço é o lance mínimo que a Terracap estipula para vender a projeção, a terra pública é uma particularidade de Brasília, mas isso não significa que é barata, está nas mãos de uma estatal que parcela e vende a conta-gotas porque precisa arrecadar recursos para o governo.

A Universidade de Brasília é hoje a única dona de terrenos vazios no Plano Piloto. Em vez de vendê-las, troca por apartamentos prontos. Em outras palavras, oferece o terreno a uma incorporadora e, como pagamento, negocia uma quantidade determinada de unidades. Em média, a UnB fica com cerca de 45% dos apartamentos, que são vendidos depois de prontos.

Mesmo elevados, os valores dos imóveis não afastam compradores, grupo formado por pequenos empresários, profissionais liberais e investidores. O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (DF), Luiz Carlos Attiê, aposta em uma valorização ainda maior dos imóveis. ‘‘Eles têm liquidez e grande valorização. Quando todas as áreas estiverem prontas, inclusive Águas Claras e o Noroeste, a valorização seria muito maior’’.